O Tribunal de Contas (TC) emitiu no final do mês passado o relatório referente á auditoria efectuada ao INEM, onde entre outros disparates critica a demora no atendimento das chamadas por parte dos CODU, que é de 13 segundos quando deveria ser de 5.
Tendo em conta o relatório do TC, o facto de se estar a perder 8 segundos no atendimento da chamada nos CODU segundo o mesmo relatório, coloca em causa o socorro a vítimas urgentes.
E os MINUTOS que as centrais 112 (que não são da responsabilidade do INEM) demoram a atender?
E quantas vezes não atendem, obrigando os utentes a ligar 2 ou mais vezes, perdendo assim, não 8, mas 180 a 200 segundos?
É muito perigoso apontar o dedo ao INEM desta forma, quando o verdadeiro problema não está só no INEM.
Desde há muitos anos que um dos maiores problemas (no que diz respeito ás chamadas de emergência) está nas centrais 112, onde estão apenas 1 ou 2 polícias, a encaminhar as chamadas, por vezes quase sem conseguirem colocar o telefone no descanso tamanha é a trapalhada dos sistema e o afluxo de chamadas.
E o problema está nos CODU?
A capacidade de resposta do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) está aquém dos padrões internacionais, conclui uma auditoria do Tribunal de Contas (TC) ao período entre 2007 e 2009. Segundo o estudo, os tempos médios de atendimento de chamadas situaram-se nos 14 segundos em 2007, 12 segundos em 2008 e 13 segundos em 2009, quando o tempo ideal definido pelo INEM era de 5 segundos”.
"Considerando que a qualidade da assistência aos utentes se inicia num contacto rápido e eficaz com o CODU, a existência de tempos de atendimento de chamadas significativamente superiores aos estabelecidos como referência e elevadas percentagens de chamadas não atendidas poderão resultar em consequências gravosas para os utentes"
Sem querer até tropeçaram na solução!
Outro problema que o TC "encontrou" foi o aumento de custos com o pessoal.
Ora se o INEM está a alargar os seus meios próprios (SBV, SIV e Heli’s), como é RECOMENDAÇÃO do próprio TC, faz todo o sentido que a despesa corrente com pessoal aumente.
Não estou a ver os Srs. doutores do TC a trabalharem de borla. Pois os TAE, TOTE, enfermeiros e médicos também não gostam de trabalhar para aquecer.
Uma auditoria do Tribunal de Contas (TC) ao Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) revelou que os custos com pessoal ascenderam, em 2009, a 24,1 milhões de euros, um crescimento de 84 por cento face a 2007.
Já li grande parte do relatório do TC e realmente chorei.
Chorei de tristeza, e chorei a rir, pois muita coisa precisa de mudar no INEM sem dúvida, mas mais que isso precisava o TC de olhar, de ver o INEM com "olhos de ver", e não olhar para o INEM como se fossem apenas feito de números.
As pessoas não são números. E o INEM é feito de pessoas. Que lutam todos os dias por uma instituição mais digna, mais eficiente e mais responsável.
E que todos os dias evolui!
Lamentável ainda foi a forma como a comunicação social se aproveitou deste dito “relatório” para mais uma vez atacar o INEM e quem nele trabalha.
Mas como já cita o Presidente: “O que não nos mata torna-nos mais fortes.” F. Nietzsche
9 comentários:
A isso chama-se desinformação e que provavelmente vem do lado de quem sempre quis tirar o CODU do INEM / Ministério da Saúde e transferir tudo para o SALOP / Ministério da Adm. Interna / Protecção Civil.
Quem leu apenas o título ficou com a ideia que morre gente por causa do atraso do CODU / INEM... lamentável.
"E os MINUTOS que as centrais 112 (que não são da responsabilidade do INEM) demoram a atender?
E quantas vezes não atendem, obrigando os utentes a ligar 2 ou mais vezes, perdendo assim, não 8, mas 180 a 200 segundos?"
caro administrador, assumir a "Nossa" responsabilidade...vamos ser corretos e veja o nº1 do Artº3 do Decreto-Lei n.o 220/2007
O problema não esta somente na linha 112, existe também graves problemas na central CODU como é sabido, agora temos que ser homenzinho e assumir os vosso erros.
A politicas de megalómanas do SNS de criar somente 3 CODUs onde somente um tem 50% do território nacional, abrangendo milhões de habitantes, diversos distritos com população heterogenia cria complicações graves e conhecidos por todos.
Façam como nos outros países acabem com as centrais 112, CODUS, CODOs, centrais dos bombeiros, CVP etc., criem somente uma estrutura preferencialmente distrital que coordene todos os meios de socorro e não inventem o que já foi inventado pelos outros.
Central unica e a soluçao ideal
Para mim o futuro caminha para as centrais únicas de Emergência. Em cada distrito ter essa dita central onde engloba o que hoje chamamos CODU; CDOS; CVP; Central do Comando Distrital da PSP ; GNR........
Anonimo 9 Fev 17:43
O artigo que refere:
"O INEM, I. P., tem por missão definir, organizar,
coordenar, participar e avaliar as actividades e o funcionamento
de um Sistema Integrado de Emergência
Médica (SIEM) de forma a garantir aos sinistrados ou
vítimas de doença súbita a pronta e adequada prestação
de cuidados de saúde."
O Sistema Integrado de Emergência Médica – SIEM (existente desde 1981), é um conjunto de
entidades que cooperam com um objectivo: prestar assistência às vítimas de acidente ou doença
súbita. Essas entidades são o INEM, a PSP, a GNR, os Bombeiros, a Cruz Vermelha Portuguesa - CVP, e
os Hospitais e Centros de Saúde.
O funcionamento deste sistema tem início quando alguém liga 112. O atendimento das chamadas
cabe à PSP e à GNR, nas centrais de emergência, mas sempre que o motivo da chamada tenha a ver
com a área da saúde, esta é encaminhada para os Centros de Orientação de Doentes Urgentes
(CODU) do INEM
"O atendimento das chamadas
cabe à PSP e à GNR, nas centrais de emergência"
Que estão sobre a tutelo do Ministério da Administração Interna, e que são autonomos, enquanto o INEM (é um instituto) que está sobre a tutela do Ministério da Saúde.
Não se pode esperar que o INEM CONTROLE as entidades que tem como função atender as chamadas nas centrais 112 (PSP e GNR), nem que A SUA ACÇÃO SEJA DA RESPONSABILIDADE do INEM.
Ainda diz o relatório do TC: "São atribuições do INEM assegurar o atendimento das chamadas que lhe sejam encaminhadas pelo
número telefónico de emergência"
ENCAMINHADAS!
E diz o Numero 2
2-São atribuições do INEM, I. P., definir, organizar,
coordenar e avaliar as actividades do SIEM,
nomeadamente no que respeita:
a) Sistema de socorro pré-hospitalar (SSPH), nas suas
vertentes medicalizado e não medicalizado, e respectiva
articulação com os serviços de urgência/emergência;
b) Referenciação e transporte de urgência/emergência;
c) Recepção hospitalar e e tratamento urgente/emergente;
d) Formação em emergência médica;
e) Planeamento civil e prevenção;
f) Rede de telecomunicações.
Mas a verdade tem quer dita, o INEM somente cumpre o que quer, na grande maioria das vezes nada cumpre
A meu entender um dos principais problemas dos CODU'S prende-se com a sua área de abrangencia, julgo que deve haver uma reorganização das aereas geograficas para poder libertar o CODU de Lisboa e do Porto do grande volume de chamadas. Julgo que o CODU de Faro deveria de ter uma maior área e desse modo ajustar o restante pais a partir daí.
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