sábado, 31 de julho de 2010

Saida dos Enfermeiros do CODU. Bom ou mau?

Como é do conhecimento público, os enfermeiros a prestar serviço nos CODU’s deixam de o fazer a partir de hoje, 31 de Julho.
Os enfermeiros foram colocados no CODU (acompanhamento) há cerca de 2 anos e meio, aquando do fecho de alguns serviços de urgência, e implantação da rede SIV.
Ora segundo fontes do Ministério da Saúde e do INEM, os enfermeiros deixam de fazer sentido no CODU a partir do momento em que a rede SIV está a funciona a 100% e deixa de fazer sentido ter um profissional diferenciado numa central onde já estão 2 médicos.
A questão é se durante estes 2 anos e meio a presença dos enfermeiros foi ou não uma mais-valia para o SIEM e se superaram a missão que lhes estava confiada, ou se realmente ao fim deste tempo e cumprida a missão, já não trazem nada de vantajoso aos CODU’s.
A função do enfermeiro era a de acompanhar os meios SIV no terreno e ser o elo de ligação SIV – Médico CODU.
As ambulâncias SBV a partir de certa altura deixaram (em alguns casos) de passar dados clínicos ao enfermeiro e passaram a faze-lo aos Técnicos que estão no CODU.
Ora a grande questão é esta: o que trazia o enfermeiro de melhor, numa passagem de dados?
Falavam a mesma linguagem clínica é certo, mas todas as questões de validação de protocolos e envio ou não de meios mais diferenciados (VMER), evacuação para unidades Hospitalares, e mesmo de decisão de transporte, tinham de ir sempre a consignação do Médico CODU.
A vantagem dos enfermeiros no CODU é básica: apenas e somente falar a mesma linguagem com as SIV.
Ainda relativamente á figura do enfermeiro no CODU, era mais complicada a passagem de dados SBV – Enfermeiro do que SBV – Técnico.
A passagem de dados das SBV objectivamente tem 2 linhas de actuação: Transporte (com critérios como O2, imobilização e pouco mais), ou pedido de apoio diferenciado. Acontece que o enfermeiro quer sempre saber mais alguma coisa do estado clínico da vítima, que neste contexto de SBV não traz nenhuma mais-valia.
De que adianta ao CODU e ao TAE saber qual a medicação especifica que um determinado doente faz? É um anti-hipertensivo… vai trazer algo de substancialmente positivo saber se é Lisinopril ou Captopril? Vai se o doente estiver hipertenso e houver ordem médica para administrar medicação sub-lingual. Ora como mesmo a pedido, aos TAE’s em 99,9% das situações é negada a administração de medicação mesmo que dai advenha melhoria substancial do estado do doente, deixa de fazer sentido a questão dos hábitos farmacológicos pelo CODU. Saber que tem determinadas patologias, que cumpre ou não a terapêutica, e essa informação mais específica, TEM que ser passada ao SU e não ao CODU. Que vai o CODU fazer com o nome da medicação do doente? Vai alterar alguma coisa no seu transporte ao hospital?
No caso de pedido de apoio diferenciado, essa decisão é sempre médica (excepto em PCR que pode ser accionada directamente),pelo que o enfermeiro no contexto SBV é completamente descabido, e no contexto SIV já não faz sentido, uma vez que a rede está bem implementada, os protocolos bem definidos e a decisão ser sempre médica.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

INEM certificado pela APCER no âmbito da Formação

A obtenção da certificação foi emitida no passado dia 23 de Julho. O Conselho Directivo do Instituto vê assim mais um objectivo cumprido.

O INEM recebeu a Certificação do Sistema de Gestão da Qualidade de acordo com a norma NP EN ISO 9001, no âmbito da Formação em Emergência Médica e Acreditação de Entidades para a Formação nesta mesma área, da Associação Portuguesa de Certificação (APCER).
Este objectivo foi traçado em 2008: fazer com que a Formação do INEM estivesse de acordo com as normas europeias, quer na área da Formação, quer na Acreditação de Entidades para a Formação em Emergência Médica.

O processo iniciou-se em Outubro desse ano. Numa primeira fase, foi efectuada uma auditoria de diagnóstico, de forma a ser feito um levantamento do que poderia ser integrado na Certificação. Também foram identificadas as necessidades para a implementação do processo, nomeadamente o que deveria ser alterado nos procedimentos tidos nesta área.

Foi constituída uma Comissão da Qualidade, encabeçada pelo Presidente do Conselho Directivo do INEM, integrando os Directores de Departamento e coordenadores dos Centros de Formação. Iniciou-se a redacção de toda a documentação necessária para fazer funcionar o sistema, de acordo com os parâmetros da Certificação.

Um total de 116 documentos foram elaborados e compilados, entre eles, manuais, procedimentos, instruções e modelos, concebendo-se assim, a forma como a instituição deve trabalhar e deve organizar-se. Fim último: a uniformização de todos os procedimentos relacionados com a Formação, tendo em vista a medição e monitorização de indicadores para a melhoria continua dos seus processos. – Os dossiers pedagógicos dos cursos ministrados do INEM são exemplo de todo este processo de uniformização.

Em Novembro de 2009, o INEM encontrava-se pronto para uma auditoria interna que já visava saber se o trabalho levado a cabo naquele ano, permitiria receber o símbolo da APCER. Entre Junho e Julho de 2010, candidata-se à auditoria externa de onde resulta uma nota excelente.
O INEM vê agora todos os procedimentos que instituiu na área da formação, e que envolvem diversos departamentos dentro do Instituto, garantidos por uma entidade externa: A Associação portuguesa de Acreditação (APCER).

O INEM tem quatro Centros de Formação (Lisboa, Porto, Coimbra e Algarve)
A APCER é acreditada pelo Instituto Português da Qualidade (IPQ) para Certificar diversas áreas em Portugal, e é parceira de rede de entidades internacionais certificadoras: a IQNET – um símbolo que o INEM recebe agora por passar a pertencer também a esta rede.

(In Rostos)

A formação neste momento já é dado quase na sua maioria por TAE's.
Tanto o TAS como a formação de condução. Isto so vem reafirmar que ninguem melhor para formar TAE's que os próprios TAE's que andam no terreno. É um saber de experiencia feito.