A excessiva exposição emocional, por exemplo, das pessoas que fazem o atendimento do 112, pode levá-las ao "burnout". A condição, mistura de esgotamento, distanciamento, desinteresse e tentativa de mudar de tarefa, também afecta outros trabalhadores.
Não há palavra portuguesa que traduza literalmente o fenómeno do "burnout", condição psicológica que começou a ser identificada nos anos 70 do século passado. É mais que o esgotamento e é provocado por exposição prolongada ao stress, com componentes que podem atingir a depressão clínica, segundo explicou ao JN o psicólogo do INEM Márcio Pereira.
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Este síndroma deve-se à exposição prolongada a factores de stress emocionais e interpessoais no trabalho. Manifesta-se, segundo a caracterização feita pelo mesmo especialista, nas funções de contacto com o público, e em pessoas a trabalhar em organizações que não lhes requerem participação nas decisões nem lhes devolvem apreciação sobre o seu desempenho.
O maior factor de protecção, disse Márcio Pereira, é o equilíbrio vida profissional/vida familiar. Sem isso , explicou o mesmo psicólogo, as consequências são depressão, queixas de mal-estar ou dores e infecções.
Na função laboral, a pessoa afectada pelo “burnout” estará insatisfeita, quererá cortar laços com a instituição, dará mais faltas, distanciar-se-á dos outros e baixa a produtividade. Comenta Márcio Pereira que “o burnout é sinal não só de mal-estar da pessoa como da organização”. No caso dos profissionais que acodem a emergências em saúde e acidentes, os embates contínuos com o sofrimento alheio podem ser o detonador único da situação e daí haver acompanhamento preventivo do pessoal do INEM.
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Segundo Márcio Pereira, o acompanhamento é uma prática no INEM, onde os profissionais de saúde estão expostos ao sofrimento de vítimas e de familiares. Mesmo os operadores de chamadas ouvem em contínuo pessoas aflitas, ansiosas e algumas com comportamentos agressivos
Acompanhamento é prática no INEM? Para quem?
É um assunto sensivel, mas realmente deveriamos ter apoio. Mas o facto é que nos sentimos cada vez mais "sozinhos" nesta vida.
É triste ver o INEM assegurar que TEMOS acompanhamento quando é MENTIRA.
Se o há, não é para TAE's, muito menos na realidade que vivo.
1 comentário:
Nem para os profissionais do CODU. Isto é uma farsa! Qual apoio, qual quê? Os tote actualmente são sugados até à medula! São cobradas horas, passam DIAS enfiados dentro de salas sem o minimo de condições a gerir SOZINHOS toda a carga emocional e de stress! É um perfeito absurdo! Apenas servimos para servir. Ninguem se preocupa com o bem-estar, a saude fisica e psicologica de quem atende CENTENAS DE CHAMADAS DE EMERGENCIA num turno! E muito menos somos pagos por isso - recebemos uma MISÉRIA pelo desgaste a que somos sujeitos! Ninguem tem vida fora do CODU, ninguem! E quando todos julgavamos ser impossivel bater ainda mais no fundo, heis que surgem os técnicos mistos, que fazem rua e codu... Com dois tipos diferentes de stress e com horários que nunca permitem distanciar-se da realidade do trabalho violentissimo que cumprem, é previsivel que as coisas comecem a correr realmente mal... Quando a vida de algum dos colegas ficar pelo caminho pode ser que alguem abra os olhos... Tratam-nos com desrespeito e sem qualquer vergonha, somos máquinas a quem se exige número em deterimento de qualidade, e a quem é barrada qualquer hipótese de ter SENTIMENTOS...
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