quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Vias verdes para o enfarte do miocárdio e AVC salvam vidas

A Ministra da Saúde, Ana Jorge, preside, dia 29 de Setembro, à sessão de abertura do Congresso Nacional de Emergência Médica promovido pelo INEM, seguida da apresentação dos indicadores de actividade das Vias verdes Coronária e do Acidente Vascular Cerebral.
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As Vias Verdes são estratégias organizativas que visam promover o atendimento de situações críticas, o mais atempadamente possível, no local mais adequado, com recursos e tecnologia especializada para o melhor tratamento: Unidades hospitalares de Intervenção Coronária-Angioplastia para o enfarte do miocárdio e Unidades hospitalares de AVC. As Vias Verdes desempenham, assim, um papel fundamental na articulação entre a assistência pré-hospitalar (INEM) e as diferentes entidades prestadoras de cuidados de Saúde (Hospitais).
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O número de doentes com acidente vascular cerebral tratados em unidades especializadas “aumentou de forma significativa” na sequência da implantação da Via Verde AVC, afirmou o coordenador nacional das doenças cardiovasculares.
De acordo com Rui Cruz Ferreira, a conclusão faz parte de um relatório da actividade hospitalar relativa à Via Verde Coronária e à Via Verde AVC a apresentar hoje durante o Congresso Nacional de Emergência Médica promovido pelo INEM até 1 de Outubro, no Centro de Congressos de Lisboa.
Segundo disse o responsável, “nos últimos anos, a taxa de mortalidade por enfarte agudo do miocárdio reduziu-se de 12 para cerca de 10 por cento, o que traduz um maior número de doentes submetidos a terapêuticas específicas e em tempo adequado”.
Quanto maior for o número de doentes encaminhados para os sítios certos e com tempos de evolução reduzidos, “maior será a redução da mortalidade por enfarte do miocárdio”, sublinhou também o coordenador nacional.
“No caso do acidente vascular cerebral, além da redução da mortalidade - que ainda não é tão evidente - podemos falar de uma diminuição das sequelas funcionais do próprio AVC, que é um objectivo importante, embora mais difícil de quantificar porque não é um número com uma evolução claramente identificável”, acrescentou.
Rui Cruz Ferreira afirmou ainda que, “havendo diferenças regionais que têm de ser melhoradas”, o relatório constitui “uma base de trabalho” que permite planear as acções futuras mais detalhadamente.
Segundo o relatório, os indicadores da área cardiovascular dos hospitais nacionais relativos a 2009 mostram o aumento do número de doentes admitidos em Unidade Coronária (10 644 em 2007, 16 020 em 2008 e 17 172 em 2009), bem como dos doentes admitidos nestas unidades pela Via Verde (453 em 2007, para 717 em 2008 e 884 em 2009).
Quanto à admissão de doentes nas Unidades de AVC, evoluiu de 3410 em 2007 para 7826 em 2009, sendo que 1693 entraram no sistema através da Via Verde.
As Vias Verdes foram implementadas em 2007 com o objectivo de promover, no caso de situações clínicas particulares e graves, um atendimento tão rápido quanto possível e num local que tenha os recursos mais adequados: Unidades de Intervenção Coronária - Angioplastia para o enfarte do miocárdio e Unidades de AVC.

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Alentejo é a região onde a Via Verde AVC funciona pior
Coordenação Nacional das Doenças Cardiovasculares apresenta hoje dados nacionais. No total, 22% dos doentes assistidos nas unidades especializadas recorreram ao INEM.
Apenas 7% dos doentes que sofreram um acidente vascular cerebral (AVC) deram entrada no hospital do Alentejo através da Via Verde AVC. Esta é a região do País com pior resposta no encaminhamento dos doentes para as unidades especializadas.
De acordo com os dados da Coordenação Nacional das Doenças Cardiovasculares, que hoje são apresentados pela ministra da Saúde, em 2009 as unidades de tratamento de AVC assistiram 7826 doentes, 22% dos quais chegaram através do INEM. Mais 500 doentes do que no ano anterior.
Em 2008, 12% dos casos de AVC no Alentejo deram entrada através da Via Verde, mas no ano passado a percentagem caiu quase para metade. "Pode tratar-se de casos de admissão tardia ou de doentes que não recorreram ao INEM. Não é possível perceber concretamente o que está em causa. As unidades de tratamento são as mesmas, e a capacidade de resposta até aumentou. São dados que temos de analisar com maior cuidado", explicou ao DN Rui Cruz Ferreira, coordenador Nacional Doenças Cardiovasculares.
A situação é tanto mais preocupante quando se sabe que é nesta região do País que há maior número de casos de AVC por milhão de habitantes. E que uma resposta rápida é determinante para evitar que os doentes tenham sequelas mais graves.
Os dados que são apresentados hoje mostram uma melhoria da rede iniciada há três anos. "Houve uma evolução muito grande no número de internamentos nas unidades de AVC criadas a partir de 2007. Mais de 50% foram assistidos em unidades especializadas", salientou o responsável, admitindo que "há espaço para melhorias".
Nomeadamente, em relação à percentagem de doentes que chega encaminhada pelo INEM: 22%, que se traduz num acréscimo de cerca de 500 doentes entre 2008 e 2009, a nível nacional. "É uma grande evolução em relação ao que existia. Não é possível chegar aos cem, mas há margem de melhoria de ano para ano."
A região do Norte é a que apresenta melhores resultados. Dos doentes que deram entrada nas unidades de tratamento AVC, 34% chegaram ao hospital através da Via Verde. Resultados que Rui Ferreira quer transpor para as restantes regiões do País.
"É um trabalho que está a ser feito junto dos profissionais de saúde, de forma a perceber que pode ser melhorado a nível da resposta dentro e entre os hospitais, de forma a que os casos que chegam às urgências sejam encaminhados o mais rápido para as unidades especificas."
Independentemente da forma como deram entrada no hospital, em 2009 as unidades de tratamento de AVC assistiram 7826 doentes. Em 2007 tinham tratado 3410. "Estas unidades melhoram o acesso dos doentes à fibrinólise, um tratamento que tem uma janela de três horas para ser dado e que pode, em alguns casos, reverter completamente o quadro doente", explicou Rui Ferreira, salientando a importância do doente "agir rapidamente perante os primeiros sintomas e chamar o 112"
As campanhas de informação ao público mantêm-se, assim como para os profissionais de saúde.

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Cada vez é mais importante a população ter a noção que ligar 112 perante os primeiros sintomas pode salvar uma vida, ou resultar numa melhoria substancial da qualidade de vida do doente.

É por isso importante a nossa formação e profissionalismo. De facto os números não mentem, e desde que foi implantada a VIA VERDE AVC, o número de doentes transportados pelo INEM referenciados para a VVAVC tem vindo a subir.

Tempo é cérebro!

1 comentário:

NTT - DRLVTA disse...

Pois tempo é cérebro menos no meu Alentejo e sabem porquê?
Porque para todo o Alentejo apenas existem 4 hospitais o de Évora, Portalegre, Beja e o de Santiago do Cacém que sinceramente não sei se tem via verde ou se doentes desta zona ou vão para Beja ou Setúbal.

Vou dar-vos um exemplo da minha terra, Moura no baixo Alentejo distrito de Beja onde existe apenas 1 centro de saúde, apenas 1 SIV e apenas 1 corpo de bombeiros e 1 VMER em beja no hospital a 30m de distancia ou 1 VMER em Évora a 45m (em velocidade de marcha de emergência muito acima dos limites legais e a arriscar mesmo muito).

O concelho tem a cidade onde estão os meios de socorro, que tem cerca de 10 mil habitantes divididos em 2 freguesias e tem mais 9 mil espalhados por 6 freguesias, 1 vila, de seu nome Amareleja muito conhecida pelas suas altas temperaturas e por possuir a maior central fotovoltaica do mundo, e 6 aldeias, não esquecendo ainda aqueles montes tipicamente alentejanos perdidos pela planície fora, que tem sempre gente que por la cultiva as suas terras e que se leva quase sempre mais de 30m para la chegar por estradas de terra batida que por vezes só de 4x4 se la vai.

A percentagem de idosos no meu concelho ronda os 65% a 70%.

A vila de Amareleja fica a cerca de 30km a nordeste de Moura que são sempre uns bons 25 a 30m de ambulância pois as estradas nacionais não são as melhores.

O hospital central mais perto é o de Beja que fica a 60km a noroeste de Moura o que faz 90km no total até á Amareleja.

Então se um familiar de uma suposta vitima de AVC com 1h de evolução acciona o socorro via codu a ambulância leva 25m a la chegar mais 5 minutos a avaliar mais 5 a passar dados e lhe dizerem que deve ser transportada para beja em vez de ser transportada para o centro de saúde de moura, já voaram 1h35m depois temos os 90km até beja que são á vontade 1h de caminho.

Temos aqui 2h35m de evolução.

Neste suposto caso temos uma familiar que entendeu depressa (1H) o que a vitima tinha e ligou 112, quando a maioria da população do Alentejo deixa sempre as coisas correrem pra ver se passa porque o centro de saúde ou o hospital SÃO MUITO LONGE, pois o mais normal é quando la chegamos por volta das 16h da tarde é termos uma resposta tipo "ah ja começou de manhã la prás 9h mas fomos vendo se passava...", nunca esquecendo que depois ainda há a hora da praxe até beja...

Depois ainda la temos a SIV que supostamente terá medicação para iniciar no local com a devida validação do protocolo pelo medico do codu, mas... a SIV só é uma e a julgar pelos serviços que fazem pois são pau pa toda a obra e tendo em conta que a maior parte das vezes vão para beja, logo o mais provável é ir la uma ambulância dos bombeiros e pronto la se vai a evolução em EPH no concelho...

No SAP nem vou falar pois basta a coisa complicar um bocadinho e é o "ai jesus chamem já a VMER!".

O sr Rui Cruz Ferreira coordenador Nacional Doenças Cardiovasculares pode começar por aqui por estes pontos que já vai chegar pelo menos a uma conclusão, os alentejanos cada vez são mais portugueses de 2ª Classe.

Cumps
Nelson