sábado, 9 de outubro de 2010

Heli no Porto ainda em "casa emprestada"

A plataforma na marginal do Douro que serve para os helicópteros turísticos aterrarem foi adaptada para receber também hélis do INEM. As obras ficaram prontas em Maio, mas falta autorização da direcção do INEM para começarem as aterragens.

Cinco meses depois de concluída a empreitada de adaptação da plataforma de Massarelos para receber hélis do INEM, ainda não há autorização para que os mesmos possam aterrar na marginal do Douro, mais perto do Hospital de Santo António. Ou seja, os doentes urgentes continuam a aterrar apenas no Hospital de Pedro Hispano, onde está a base do helicóptero do INEM e continuam a ter de atravessar a cidade para chegarem à urgência do Santo António.

Para ultrapassar esta dificuldade, a solução encontrada foi adaptar a estrutura de Massarelos, situada a poucos metros do Santo António pela Rua da Restauração, já que aquele hospital está impedido de fazer uso do seu heliporto por questões de segurança. Foi construída uma rampa para acesso das macas à cota da estrada, onde uma ambulância faz o transporte do doente para o Santo António. A obra custou cerca de 100 mil euros, ficou concluída em Maio passado, mas ainda não serve o seu propósito por questões burocráticas.

Questionado pelo JN sobre o atraso, fonte do Centro Hospitalar do Porto explicou que a estrutura já tem autorização do Instituto Nacional da Aviação Civil (INAC) e da Administração dos Portos do Douro e Leixões (APDL), mas tais documentos ainda não terão chegado às mãos do INEM. Ou seja, o helicóptero de emergência médica só pode aterrar na plataforma de Massarelos quando a direcção do INEM der autorização.

Ao JN, a nova direcção do INEM respondeu que "está a tomar posse e a inteirar-se de todos os dossiês, não tendo ainda chegado a essa matéria". Recorde-se que o Ministério da Saúde demitiu, na passada quarta-feira, o conselho directivo do instituto e nomeou no mesmo dia uma nova equipa, que entrou em funções anteontem, quinta-feira.

A adaptação da infra-estrutura de Massarelos foi paga pelo Centro Hospitalar do Porto (inclui Hospital de Santo António, Hospital Maria Pia e Maternidade Júlio Dinis). Através de um acordo com a Douro Azul - a empresa privada que explora os circuitos turísticos de helicóptero - o Centro Hospitalar do Porto construiu a rampa e pagará uma renda pelo uso da plataforma.

Fonte daquele hospital garantiu que a renda só começará a ser paga ao privado quando o héli do INEM aterrar na marginal, "o que poderá acontecer a qualquer momento".

O serviço de helicópteros de emergência médica começou em 1997 na região Norte. O Hospital de Santo António construiu um heliporto no seu edifício mais recente, mas a infra-estrutura foi chumbada pelo INAC por não oferecer condições de segurança. A direcção do hospital nunca desistiu de ter um heliporto. Conseguiu-o em Maio passado, mas continua sem poder usá-lo.

(Jornal de Noticias)

3 comentários:

Paulo Ferreira disse...

Os helicópteros de emergência devem ser muito especiais, necessitam de heliportos diferentes e especiais para poderem aterrar quando o doente vai para o hospital, mas não deve existir problemas quando eles aterram nas auto-estradas e terrenos agrícolas, já nem falo dos da ANPC e da FAP. Realmente este país é uma anedota.

Anónimo disse...

Boa localização. Será visto por milhares de pessoas por dia, o que será muito bom para o INEM.

Luis Pinto disse...

Acabo por repetir aqui o comentário que fiz no JN quando li a notícia...

Começamos logo mal por dizerem na notícia que é junto ao H.Santo António. A referida rampa dista do hospital mais de um quilómetro... logo obriga a que haja uma ambulância para fazer o transporte na mesma. Já agora, já pensaram que o helicoptero desde sempre aterrou no Porto? Ou para ser mais preciso, ao lado do Porto em Matosinhos (no H.Pedro Hispano). Será melhor? Pessoalmente penso que sim. Reparem, ambos obrigam a utilização de ambulância para chegar ao H.S.A. O do H.P.H. têm a vantagem que se houver algum problema com o doente durante o transporte, têm umas urgências ao lado (como já aconteceu). O da marginal não... Já agora, o problema do heliporto do HSA neste momento não é a chaminé, mas sim a porcaria de edifício que fizeram no no heliporto. A chaminé era fácil de resolver: bastava deitá-la abaixo. Até porque é a chaminé de uma central de incineração que nunca funcionou. Esta história do heliporto na beira rio, foi apenas para desviarem mais 100000 Euros (muito gostava eu de saber porque custou tanto dinheiro a rampa), e para tentarem livrar-se de culpas (a administração do HSA). Este tipo de notícias é que era importante escrever, e não a notícia acima. Desengane-se o povinho... o helio nunca teve onde aterrar no Porto porque as direcções do HSA preferiram fazer ouvidos moucos a isso. Poderiam ter o heliporto no hospital... só que nunca o quiseram. O heliporto da beira rio não traz mais valias, pelo contrário. Vai custar dinheiro e não melhora nada os cuidados ao doente. Para terminar, não deixa de ser engraçado ler que as pessoas que mandaram construir a porcaria do edifício em cima do Heliporto e também a famosa chaminé, que venham dizer à boca cheia que sempre foi um sonho ter o heliporto do hospital... que por sinal ficou longe à brava do mesmo... lol

Luís Pinto
TAE
DRN