quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Guidelines 2010 - Principais alterações

ABC

O ABC desaparece nas novas recomendações da ERC, passando a CAB.

No novo algoritmo vemos então a seguinte sequência:

1- Condições de segurança.
2- Verificar se a vítima responde
3- Se responde – Prosseguir com exame

Se não responde gritar por ajuda, virar a vítima de costas, abrir a boca com extensão do pescoço e elevação do queixo.
Aqui já se vê a primeira alteração, pois não se pesquisa a cavidade oral, para verificar a presença de corpos estranhos.

4- VOS.
E aqui salienta-se que pode existir respiração agónica, reforçando os 10 segundos de VOS para o socorrista se certificar paragem.

5- Respiração normal – PLS e pedir ajuda
5b – Respiração anormal ou ausente – Compressões
Aqui enfatiza-se a importância das compressões serem efectuadas com uma frequência de 100 por minuto não excedendo as 120 minuto, deprimindo o tórax 5 cm pelo menos, sem exceder os 6 cm.

6- Ventilações.
E neste ponto após a 1ª ventilação, se esta não for eficaz, então sim deve-se pesquisar a cavidade oral e se tiver algum objecto estranho, remove-lo, e reconfirmar a posição da cabeça.

No adulto o mais provável é que a PCR seja de causa cardíaca, pelo que a reanimação deve iniciar-se pelas compressões e não pelas ventilações.
Não se deve perder tempo a verificar se há corpos estranhos na boca a menos que a insuflação não faça o tórax elevar-se.
A pausa pós choque deve ser reduzida ao mínimo possível. A totalidade do processo de desfibrilação deve estar completo em menos de 5 segundos.
No DAE, dá-se ênfase em minimizar as pausas pré e pós-choque. Deve-se manter compressões enquanto o aparelho efectua a carga para efectuar a desfibrilação

Quanto ao SAV:
Algumas das alterações mais importantes são que se retira a recomendação para fazer um período predefinido de SBV antes de desfibrilar, nas PCR em PH e não testemunhadas pelos operacionais do SEM.

O murro pré-cordial é desvalorizado (já não se via muito), assim como passa a não ser recomendada a administração de fármacos pelo TET, no caso de não se conseguir acesso ev, passando a ser efectuado por via IO (intra-óssea).

A adrenalina e amiodorona administram-se após o 3º choque no caso das FV/TVsP, e a atropina desaparece.

Aumenta-se a importância da capnografia.


SBV Pediátrico

1- Condições de segurança.
2- Verificar se a vítima responde
Se responde – Prosseguir com exame, caso contrário pedir ajuda.

3- Vitima não responde

Cuidadosamente, deitar a criança de costas, abrir a via aérea com extensão da cabeça e elevação do queixo, colocar a mão na testa da criança e estender cuidadosamente a cabeça para trás ao mesmo tempo, elevar o queixo com as pontas dos dedos.

Não pressionar os tecidos moles debaixo da mandíbula para não obstruir a via aérea.
Se mesmo assim for difícil abrir a via aérea, tentar a subluxação da mandíbula: colocar o 2º e 3º dedo de cada mão atrás de cada lado da mandíbula e empurrá-la para a frente.

4- VOS durante 10 segundos.

5- 5A – Respira – PLS
5B – Não respira ou respiração anormal

Remover cuidadosamente qualquer obstrução evidente da via aérea.
Cinco insuflações iniciais.

Insuflar lentamente durante 1–1.5 segundos e verificar elevação do tórax
Mantendo extensão da cabeça e elevação do queixo, afastar a boca da criança e observar o tórax a descer durante a exalação.

Inspirar de novo e repetir a sequência cinco vezes.
Avaliar a eficácia vendo os movimentos torácicos semelhantes aos que se veriam em respiração normal.
No lactente é a posição neutra que se adopta.

6- Avaliar circulação
Na criança com mais de 1 ano — pulso carotídeo.
No lactente — pulso braquial, na face interna do braço.
Em crianças e lactentes pode palpar-se o pulso femoral, entre a espinha ilíaca antero-superior e a sínfise púbica.

7- Se não houver sinais de vida, e a menos que haja a CERTEZA ABSOLUTA de ter palpado um pulso, com mais de 60 batimentos min (bpm), dentro de 10 segundos.
Iniciar compressões torácicas e alternar com insuflações.

Reforça-se a necessidade de efectuar compressões correctas de profundidade adequada. Cerca de 1/3 do diâmetro antero-posterior em todas as crianças.

Novamente não se deve suspender compressões para administrar choque (novamente se reforça que é seguro usar DAE em crianças com 1 ano ou mais) por mais de 5 segundos (tal como no adulto).


Modificações das recomendações para o SBV da mulher grávida
Deslocar manualmente o útero para a esquerda para aliviar a compressão da veia cava inferior.
Promover a inclinação lateral esquerda da bacia / abdómen se possível – não se sabe qual é o ângulo ideal para essa inclinação, mas recomenda-se 15-30º. O ângulo da inclinação deve permitir compressões torácicas eficazes.

Abordagem inicial das síndromes coronárias agudas
O AAS deve ser administrado pelo primeiro profissional de saúde que contacta o doente, por quem ajuda o doente ou pelo centro de orientação de doentes urgentes. A dose inicial de AAS mastigável é de 160-325 mg. As formas solúveis ou ev devem ser tão eficazes como a mastigável.

As alterações mais significativas para SBV estão relacionadas com a circulação na PCR.
Os algoritmos tem vindo a ser actualizados nesse sentido (5:1, 15:2´, 30:2) e este ano esperava-se que fosse alterado para 50:2, mas tal não aconteceu.
A alteração mais "visivel" foi a não pesquisa da cavidade oral antes da extenção da cabeça.
Falta saber se vai ser adoptada.
Todas estas recomendações e alterações ainda vão ser estudadas pelo INEM, de forma a introduzir as alterações nos nossos algoritmos.
Até lá mantêm-se tudo como estava.

(Com base nas Guidelines 2010 do CPR)

7 comentários:

Anónimo disse...

Só espero que desta evz não se invente

Anónimo disse...

Estou tentado a apostar que vão inventar. Como de costume...LOL

Anónimo disse...

Acho que vão ter uma surpresa e mais não digo...

Anónimo disse...

Falta uma coisita ou outra, mas basicamente é isso que o INEM deve adoptar.
Assim como abolir os 2 min SBV em PCR não presenciada antes de analisar ritmo (segundo CPR)

Anónimo disse...

nao sabia que só o pessola trabalha no inem é que sao os unicos a trabaçhar em emergencia .
E os bombeiros que tem formaçao igual aos srº do inem esses sao basicos nao .
vamos lá por os pontos certos

Anónimo disse...

VOS encinado a leigos
VOSP profissionais de saude.
O que INEM anda dar aos tripulantes?

Unknown disse...

O VOSP foi "inventado" pelo INEM...
O CPR nunca recomendou VOSP, mas sim VOS.