quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Presidente do INEM na Comissão de Saúde 13 fevereiro


Dr. Miguel Oliveira na Comissão de Saúde, hoje na AR.

Mal esteja disponível no site do Canal Parlamento toda a audiência, colocarei aqui o link.
Entretanto ficam algumas linhas do que foi hoje discutido na AR.

Ouvido hoje na Comissão Parlamentar de Saúde, Miguel Soares de Oliveira afirmou que vai dotar este ano os hospitais do Barreiro e Amadora-Sintra com Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação (VMER), passando das atuais 42 para 44.
As ambulâncias de Suporte Imediato de Vida (SIV), que em 2012 cresceram 30% em quantidade, vão passar das atuais 33 para cerca de 40 este ano, sendo objetivo do INEM alargá-las a todos os serviços básicos.
O presidente do instituto sublinhou a cobertura do interior do país que foi conseguida com estas ambulâncias.
No que respeita aos profissionais, o responsável afirmou a intenção de "cada vez apostar mais na rede diferenciada, com médicos e enfermeiros no terreno [em VMER e SIV]".
Exemplo desta aposta é a formação feita a cerca de 700 profissionais de saúde, apontou.
Por outro lado, diz que o INEM vai investir em mais e melhor formação de Técnicos de Ambulância de Emergência (TAE) e de bombeiros, que são os profissionais das 400 ambulâncias de Suporte Básico de Vida (SBV) espalhadas por todo o país.
"Não é possível transformá-las [ambulâncias SBV] em VMER e SIV. Não é possível ter médicos em todas as ambulâncias, pelo que devemos dotar os técnicos que lá estão com técnicas de 'life saving'", disse Miguel Soares de Oliveira, acrescentando querer "aumentar a probabilidade de fazer sobreviver".
O aumento das competências dos TAE visa melhor habilitá-los a salvar vidas no limite, antes do tempo que demora a chegar um médico, sublinhou, rejeitando que esteja a substituir em funções profissionais mais habilitados por outros menos habilitados.
Rejeitando o provérbio 'quem não tem cão caça com gato' referido pelo deputado João Semedo, o presidente do INEM garantiu que continua a apostar nos cães e a "comprar cães de boa raça".
O responsável lançou mesmo um apelo: "Peço à Ordem dos Médicos, à Ordem dos Enfermeiros e aos deputados que me deixem pôr os TAE a salvar vidas, porque se não aumentarem estas competências, há uma série de vidas que não vão ser salvas".
Miguel Soares de Oliveira negou ainda que fosse cobrado dinheiro pela formação, sublinhando que tem feito por aumentar a formação e alterar o modelo, de forma a torná-la mais abrangente, nomeadamente passando-a para o horário pós-laboral.
Comentando acusações de que o INEM piorou desde que saíram enfermeiros do CODU (Centros de Orientação de Doentes Urgentes), Miguel Soares de Oliveira disse não haver dados que apontem para isso e lembrou que este serviço continua a ter a coordenação feita por médicos, com vários médicos por turno.
Sobre as polémicas falhas do sistema informático desenvolvido para passar o registo clínico do doente do CODU para os profissionais no terreno -- "mobile clinic" -- o responsável admitiu que essas falhas existem, mas negou que as mesmas condicionem o socorro.
"O socorro não está condicionado, porque o INEM não depende exclusivamente do sistema informático", afirmou, explicando que existem os recursos alternativos do telemóvel e do rádio (ambos na posse de todas as equipas do INEM).
Questionado pelo deputado socialista Manuel Pizarro sobre a existência de um helitransporte em Macedo de Cavaleiros e nenhum a cobrir o norte o país, Miguel Soares de Oliveira reafirmou a sua intenção de o colocar em Vila Real.
Lembrando que a zona litoral norte do país está bem coberta com meios terrestres, o presidente do INEM considera que um helicóptero em Vila Real faz a cobertura necessária de toda a região norte.

8 comentários:

Anónimo disse...

A pena que dá nisto tudo é QUE HÁ EXCELENTES PROFISSIONAIS (ENFERMEIROS) e que estão ser "queimados" pelos devaneios da Ordem dos Enfermeiros, a imagem está ser gasta pelos constantes ataques a outras classes e guerra travada com o INEM e os com os TAE.

Anónimo disse...

Não existem dados para avaliar se os codu pioraram desde que os Enfermeiros sairam, contudo pergunto eu, existem dados concretos que afirmem ser necessario o país investir dinheiro no aumento das competencias dos TAE? não foi dito que a rede VMER e SIV estão a ser alargadas??? qual é o sentido disto? executar tecnicas life saving até o medico chegar? que saiba existem muitas situações em que a VMER chega em 1º lugar ao local... e alem dos mais nem faz sentido só o tempo de chegarem ao local avaliar e passar dados ao codu para obterem autorização para iniciar protocolo já o médico da VMER chegou ao local...e aposto que o médico do codu sabendo que um colega vai ao local da ocorrencia nao vai dar nenhuma autorização porque espera pela avaliação do colega que esta no terreno...nao faz muito sentido a unica situação viavel é VMER ocupada ou SIV ocupada e em situação de PCR...isto tudo não faz sentido Portugal usa o modelo franco-alemão, tem uma rede vasta de viaturas com médicos e enfermeiros para procedimentos mais complexos e alem disso tem mão de obra suficiente para esses meios e agora dizem ser necessario estas competencias nos TAE porque nos paises de lingua inglesa é assim? paises esses que usm outro modelo de pré hospitalar??? onde não ha nem médicos nem Enfermeiros?? não faz muito sentido mas prontos é so a minha opiniao...

Unknown disse...

A triagem nos CODU não piorou devido à saída dos enfermeiros, simplesmente porque os enfermeiros NUNCA fizeram triagem.
Ao menos saiba do que fala!

Anónimo disse...

Caro autor do blog eu não entro em guerras apenas fiz um comentário...se os Enfermeiros faziam ou não triagem nos codu não me interessa e muito menos me diz nada...eu até lhe digo mais sou Enfermeiro e tudo isto que se passa no INEM com o suposto aumento de competências dos TAE não me faz comichão! porque sei bem a diferença de conhecimentos e competências que separam esses 2 profissionais, espero que também o saiba...o que me faz comichão é não existirem dados concretos (números) de ocorrências e situações que justifiquem essas tão faladas novas competências para os TAE...se os há mostre-me então e eu próprio serei a favor dessas novas competências, porque alem de Enfermeiro sou utente! agora se não existem estudos nem dados concretos algo se passa...as coisas não são feitas só porque sim tem de haver fundamento! como lhe disse no comentário anterior usamos o modelo franco-alemão logo não faz sentido em criar um técnico semelhante aos existentes nos países de língua inglesa porque esses países mais uma vez lhe digo não têm Enfermeiros nem Médicos na rua porque são mão de obra escassa. Repito novamente é apenas uma opinião e aguardo então que me mostre dados que justifiquem essas novas competências.

Unknown disse...

Como deve compreender, não tenho acesso a estatísticas detalhadas sobre a matéria que refere, mas com certeza o INEM a OE e a OM já tiveram acesso a eles, até porque a Ordem dos Médicos não ia apoiar, promover e ajudar a preparar as novas competências sem os dados que refere. E não tenha dúvidas que a OM apoia, nomeadamente o Bastonário.

No entanto posso afirmar com muita segurança, que a esmagadora maioria das PCR para as quais é accionada uma SBV, esta chega primeiro que a VMER ou SIV, isto QUANDO existe VMER disponível.
E regra geral quando vai uma SIV para uma PCR vai também a VMER, quando disponível
Com o argumento que utiliza, poderia perguntar-se porque faz a SIV manobras de suporte avançado se lá vai a VMER?
Pela mesma razão que os TAE devem fazer: para aumentar a possibilidade de reverter uma PCR; principalmente as presenciadas.

Ora, se com isto conseguirmos fazer a diferença em 1% dos casos (e 1% é atirar muito para baixo) então faremos a diferença para mais de 100 utentes. Não é importante? Não devem ser considerados?

Por vezes está uma VMER ou SIV ocupada com uma hipoglicemia (e que podia estar numa PCR, EAM, EAP etc), que pode facilmente ser resolvida por TAE's com recurso ao Glucagon. Ou não concorda?

Quem fala em hipoglicemia fala por exemplo numa crise de asma grave, ou uma reacção anafilática.

Não acha importante na dor torácica efectuar um ECG atempadamente? E administrar AAS? Nitratos? Oxigénio?

Não se pretende retirar estas situações às VMER ou SIV, mas sim COMPLEMENTAR com recurso a protocolos médicos, perfeitamente seguros e que possam ser aplicados por TAE's.

O importante é diminuir o "fosso" que existe entre SBV e SIV/VMER.

Cumprimentos

+ 1 TAE disse...

Anónimo 14 de Fevereiro de 2013 à0 19:00
"...o que me faz comichão é não existirem dados concretos (números) de ocorrências e situações que justifiquem essas tão faladas novas competências para os TAE.."

Vou-lhe dar um exemplo que aconteceu comigo.
Primeiros a chegar ao local numa hipoglicémia grave com VMER ocupada num inconsciente (um etilizado), com papas de açúcar e afins chegamos aos 30 mg/dL e que infelizmente o valor desceu tanto que acabou por entrar em PCR.
Manobras em direcção ao hospital e quando a VMER fez rendez-vous com a equipa já nada havia fazer!!

Com as novas competências nada disto se passava e daí apoiar o que o Presidente do INEM disse, a morte era certa mas existia a possibilidade de salvar a vítima.

O problema da OE é o desemprego e ponto final, porque a maioria dos enfermeiros que vai para TAE assim que podem abandonam o INEM e vão trabalhar para o hospital.
Como utente quero VMER nas ruas, SIV nas ruas e SBV com mais competências para não presenciar a morte de um familiar meu porque os técnicos não podem fazer nada.

Não podemos esquecer que por uma VMER num hospital não significa que a área está coberta, em caso de 2 saídas graves uma terá que ser feita por uma SBV onde actuação é limitada por causa de guerras parvas.

Anónimo disse...

Consigo compreender os argumentos que usa e espero sinceramente que os TAE apenas se estejam a mover com o intuito de melhorar e poderem fazer a diferença em salvar vidas...como deve compreender e espero que sim para os Enfermeiros não é nada confortável começar a existir outro profissional a executar procedimentos a eles consagrados, poderá afirmar que são técnicas que pertencem aos Médicos mas não se esqueça que para os Enfermeiros e outros Técnicos superiores de saúde as executarem necessitam de cursos superiores (logo aqui há discrepâncias)... a ordem dos Médicos apoia porque não vai mexer em nada nas suas competencias eles Médico não estão a ceder nada que seja só deles aos TAE daí não existir oposição, garanto-lhe que quando os Enfermeiros ou outros profissionais de Saúde (por exemplo Farmacêuticos) pretendem algo deles (Médicos) fazem exactamente o mesmo que os Enfermeiros estão a fazer agora com vocês ou pior, e não tenha dúvidas o lobbie Médico em Portugal é muito forte...até um deputado na audição parlamentar com o presidente do INEM comentou isso...outra coisa, espero que tenham consciência que um choque anafilático por exemplo não se resolve só com adrenalina, uma reacção anafilática provavelmente sim, agora choque estávamos a falar de algo grave onde além de adrenalina é necessário corticoides, anti-estaminicos, broncodilatadores e esperemos que se fique por aqui, falou apenas em reacção anafilática mas muitas vezes deparam-se com um choque ou essa reacção evolui rapidamente para choque...uma crise grave de asma também não se resolve só com a aplicação de broncodilatadores é necessária muito mais medicação e intervenções...Ao passarem a ter intervenção directa em situações dessas as coisas serão diferentes...Canalizar um acesso venoso parece simples mas em situações emergentes garanto-lhe que é algo extremamente difícil, ou seja, requer muita prática e isso não vão ter porque não trabalham num Hospital....Se estas medidas forem para a frente desejo que tudo corra bem tanto para os utentes como para os TAE porque tenham a noção que a responsabilidade será maior e as consequências dos vossos actos terá maior impacto no utente tanto para o bem como para o mal...

Cumprimentos.

+ 1 TAE disse...

Compreendo o seu ponto de vista e também defendo que os tripulantes que não consigam atingir os objectivos pretendidos não possam realizar tais técnicas.
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"...choque estávamos a falar de algo grave onde além de adrenalina é necessário corticoides, anti-estaminicos, broncodilatadores e esperemos que se fique por aqui, falou apenas em reacção anafilática mas muitas vezes deparam-se com um choque ou essa reacção evolui rapidamente para choque...uma crise grave de asma também não se resolve só com a aplicação de broncodilatadores é necessária muito mais medicação e intervenções.."

Mas ninguém nasce ensinado e daí existirem horas de formação e estágio, quando se entra pra enfermagem os alunos não sabem isto (não estou comparar cargas horárias).
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Sabe tão bem como eu como, que as escolas ensinam a canalizar um acesso venoso rapidamente e o tempo de treino não representam os 4 anos; dará para ensinar os TAE a fazê-lo devido à carga horária + estágio e não esquecer que as novas competências serão usadas só em risco de vida!

Sinceramente prefiro um familiar "pisado" com dores VIVO do que um perfeitamente MORTO e é isso que a maioria dos TAE defende, poderem fazer algo em risco de morte.
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"...como deve compreender e espero que sim para os Enfermeiros não é nada confortável começar a existir outro profissional a executar procedimentos a eles consagrados."

Alguns TDT fazem essas técnicas porque também foram delegadas pelos médicos não são só de enfermagem.
Analises clínicas tiram sangue muito igual ao acesso venoso, Cardiopneumologia faz ECG/interpreta e etc...
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Os TAE nunca irão substituir os enfermeiros e nunca irão tirar lugar aos enfermeiros...ponto!

TODOS SÃO IMPORTANTES!

Abraço