quinta-feira, 30 de setembro de 2010

INEM transporta centenas de doentes não urgentes

Estudo revela que 52% dos transportados pode aguardar uma hora ou mais no hospital
O estudo realizado por Técnicos de Ambulância de Emergência (TAE), no primeiro semestre deste ano, em três ambulâncias da Área Metropolitana (Porto, Matosinhos e Maia) concluiu que em 52% dos casos os utentes transportados recebem pulseiras azuis, verdes e amarelas quando chegam ao hospital.
Ou seja, segundo as normas da Triagem de Manchester, os amarelos podem esperar até uma hora para serem atendidos e os verdes e os azuis entre duas a quatro horas. Note-se que, na realidade, estes tempos são muitas vezes ultrapassados.
O estudo, que será apresentado hoje no Congresso Nacional de Emergência Médica que decorre em Lisboa até amanhã (...), mostra que a missão do INEM de transportar doentes urgentes, em risco de vida, está largamente ampliada.
Não é a primeira vez que os TAE garantem que transportam de tudo, até unhas encravadas, como o JN noticiou em Janeiro passado. Mas agora apresentam números concretos.
As três ambulâncias estudadas saíram 2916 vezes de Janeiro a Junho. Do total, transportaram 145 doentes que receberam no hospital pulseiras azuis e verdes, 1388 que receberam a pulseira amarela, 626 a laranja e 110 a vermelha. 84 doentes morreram (80 com paragens cardio-respiratórias). Há ainda 469 doentes que recusaram ser transportados ao hospital e 16 que já tinham sido levados quando a ambulância chegou.
Do total de accionamentos, 25 ambulâncias receberam ordem do CODU para não transportar o doente ao hospital por não preencherem os critérios de emergência.
É aqui que algo estará a falhar. Pedro Moreira, do Sindicato dos Técnicos de Ambulância de Emergência (STAE), entende que devem ser redefinidos os critérios de não transporte do doente. Ricardo Rocha, líder do STAE, vai mais longe e defende a responsabilização do utente que chama o INEM sem estar verdadeiramente em risco de vida.
“Aqueles que recebem pulseiras azuis e verdes deviam pagar o transporte ao INEM, é dinheiro de todos nós”, sustenta Ricardo Rocha. O facto do transporte ser gratuito leva, frequentemente, os utentes a empolar os sintomas. Quedas e excesso de álcool foram os azuis e verdes mais transportados pelas ambulâncias estudadas.
Cada transporte em ambulância do INEM custa em média 25 euros. O que permite concluir que os 145 doentes azuis e verdes significaram um desperdício de 3625 euros. Se tivermos em conta que o Ministério da Saúde paga aos hospitais 147 euros por cada entrada numa urgência polivalente (portaria nº132/2009 de 30 Janeiro), podemos concluir que aqueles doentes custaram ao erário público cerca de 25 mil euros, além de terem ajudado a entupir as urgências.
“Há pelo menos 5% de utentes que não devíamos transportar nunca e outros tantos amarelos que também não. 5% pode parecer pouco, mas quando multiplicado pelas ambulâncias de todo o país estamos a falar em milhões de euros mal gastos”, refere Ricardo Rocha.
Em resposta ao JN, a direcção do INEM reiterou que segue uma recomendação da Direcção de Emergência Médica que manda, em caso de dúvida, transportar o doente ao hospital.

(Ver noticia completa em JN)


Um unico comentário: OS CODU SÓ TEM DUVIDAS!!!

Stress contínuo afecta 40% dos profissionais de saúde

A excessiva exposição emocional, por exemplo, das pessoas que fazem o atendimento do 112, pode levá-las ao "burnout". A condição, mistura de esgotamento, distanciamento, desinteresse e tentativa de mudar de tarefa, também afecta outros trabalhadores.
Não há palavra portuguesa que traduza literalmente o fenómeno do "burnout", condição psicológica que começou a ser identificada nos anos 70 do século passado. É mais que o esgotamento e é provocado por exposição prolongada ao stress, com componentes que podem atingir a depressão clínica, segundo explicou ao JN o psicólogo do INEM Márcio Pereira.
(...)
Este síndroma deve-se à exposição prolongada a factores de stress emocionais e interpessoais no trabalho. Manifesta-se, segundo a caracterização feita pelo mesmo especialista, nas funções de contacto com o público, e em pessoas a trabalhar em organizações que não lhes requerem participação nas decisões nem lhes devolvem apreciação sobre o seu desempenho.
O maior factor de protecção, disse Márcio Pereira, é o equilíbrio vida profissional/vida familiar. Sem isso , explicou o mesmo psicólogo, as consequências são depressão, queixas de mal-estar ou dores e infecções.
Na função laboral, a pessoa afectada pelo “burnout” estará insatisfeita, quererá cortar laços com a instituição, dará mais faltas, distanciar-se-á dos outros e baixa a produtividade. Comenta Márcio Pereira que “o burnout é sinal não só de mal-estar da pessoa como da organização”. No caso dos profissionais que acodem a emergências em saúde e acidentes, os embates contínuos com o sofrimento alheio podem ser o detonador único da situação e daí haver acompanhamento preventivo do pessoal do INEM.
(...)
Segundo Márcio Pereira, o acompanhamento é uma prática no INEM, onde os profissionais de saúde estão expostos ao sofrimento de vítimas e de familiares. Mesmo os operadores de chamadas ouvem em contínuo pessoas aflitas, ansiosas e algumas com comportamentos agressivos
(Ver notícia completa in JN)

Acompanhamento é prática no INEM? Para quem?
É um assunto sensivel, mas realmente deveriamos ter apoio. Mas o facto é que nos sentimos cada vez mais "sozinhos" nesta vida.
É triste ver o INEM assegurar que TEMOS acompanhamento quando é MENTIRA.
Se o há, não é para TAE's, muito menos na realidade que vivo.

Recursos (des)humanos

Pois é, mais uma argolada da nossa "amiga" Sra. Dra. Anabela Veríssimo...

Os novos colegas que neste mês começaram a exercer as funções de TAE/TOTE, foram esta semana confrontados com mais uma incompetência dos RH do INEM.

Após ter sido solicitada uma reunião com todos os TAE em questão, foram informados que existia um erro nas classificações do curso (e respectivas colocações), pois os RH e o júri do concurso PASSARAM MAL AS TABELAS DO EXCEL que continham as classificações.

Resultado: colegas colocados em 4º lugar, passaram para 20º e por ai adiante.
Por si só já é uma demonstração de incompetência, desorganização e desleixo por parte do júri e dos RH, mas ainda mais grave é só terem dado conta do sucedido já os colegas estavam em plenas funções nos locais para onde tinham sido destacados.

Felizmente ainda os colegas podem rescindir o contrato sem terem de indemnizar o INEM pela formação, já que estas “recolocações” estão a levar colegas a ponderar a continuidade no INEM.

Já para não falar no contrato que foi celebrado.
É um contrato para TAE, e para desempenhar funções para as quais tenham competência.
Ora como receberam formação de TOTE, tem competência para desempenhar essas funções.
O concurso foi para TAE.
A formação para TAE e para TOTE, o que leva os RH a “obrigar” estes elementos a desempenhar duplas funções, porque tem “competência”!

Se durante a formação lhes tivesse sido administrada formação de “gestão de armazéns” provavelmente iriam ser colocados também na Logística.
E com um pouco mais de electrónica e electricidade, ficariam aptos a desempenhar funções nas Telecomunicações!

Está descoberta a solução para os problemas do INEM e da falta de pessoal nos diversos departamentos: é só formar TAE’s e dar-lhe novas competências, e depois obrigá-los a fazer 2 ou 3 trabalhos pelo preço de um.

E como se isso não bastasse, mistura-se turnos de 12h com turnos de 8h.
Resultado: escalas com saída do CODU as 16h e entrada nas Ambulâncias ás 20h.

Alguém viu a matrícula do camião TIR que nos atropelou?

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Intervenção do Secretário de Estado da Saúde no II Congresso Nacional de Emergência Médica

O INEM é hoje uma marca conhecida, reconhecida e desejada. Num mundo em que as siglas se confundem, os portugueses sabem bem o que é o INEM… e pelos bons motivos.
Este é um daqueles casos em que o ruído mediático sobre algumas questões não faz justiça ao trabalho desenvolvido. Se fosse necessário um exemplo, uma prova real, o recente acidente na A25 prova como o dispositivo responde e como os profissionais estão habilitados.
A emergência pré-hospitalar é uma referência em Portugal e tal acontece porque há uma rede concebida e estruturada da emergência pré-hospitalar.
No nosso país, a emergência médica pré-hospitalar é regulada e dirigida pelo INEM, entidade coordenadora e participante do Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM), em estreita articulação com as outras duas entidades que o compõem: Corporações de Bombeiros e Cruz Vermelha.
Ao INEM cabe a função de definir, organizar, coordenar, participar e avaliar as actividades e o funcionamento do SIEM, de forma a garantir aos sinistrados ou vítimas de doença súbita, a pronta e adequada prestação de cuidados de saúde.
Enquanto entidade coordenadora e integrante deste Sistema, o INEM desenvolve toda a actividade de urgência/emergência, nomeadamente o sistema de socorro pré-hospitalar, o transporte, a recepção hospitalar e a adequada referenciação do doente urgente, a formação em emergência médica, o planeamento civil e a prevenção, e a rede de telecomunicações de emergência médica.
Para a concretização dessa Missão assume-se, para o INEM e para o SIEM, uma visão baseada na capacidade de resposta, em todo o território nacional, a todas as situações de emergência médica, com competência técnica, profissionalismo, e em tempo útil.
Qualquer que seja o ponto de vista sob o qual se analise a evolução da emergência pré-hospitalar em Portugal, a conclusão é necessariamente a de que se verificou um crescimento significativo, com grande avanço a nível da qualificação da resposta.
Esta qualificação teve impacto directo em todas as vertentes da emergência pré-hospitalar. Senão vejamos:
- No que concerne ao alargamento da cobertura dos Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), estes abrangem actualmente todo o território nacional e a totalidade da população;
- Por outro lado, o crescimento do número de chamadas recebidas, acompanha o alargamento da cobertura territorial e populacional dos CODU. O número total de chamadas foi, em 2009, de 1 432 554, a que corresponde uma média diária de cerca de 4000 chamadas. O número anual de chamadas cresceu entre 2005 e 2009 mais de meio milhão;
- Em terceiro lugar, o crescimento do número de activações. O alargamento da área e da população cobertas pelos CODU, bem como do número de meios colocados no terreno, nas várias categorias, resultou num aumento do número de accionamentos dos meios de emergência, que desde 2005, cresceu mais de 40%;
- Em quarto lugar, não podemos deixar de sublinhar o crescimento efectivo dos meios técnicos e operacionais, tendo como base o cumprimento das metas e objectivos constantes do processo de requalificação da rede de urgências.
No plano qualitativo, a evolução foi também muito positiva, com a profissionalização de um número significativo de meios. Hoje, além dos meios com Suporte Avançado de Vida – 42 VMER e 5 Helicópteros – existem 28 ambulâncias SIV e 61 ambulâncias SBV, todas elas profissionalizadas.
Esta evolução é testemunhada pela realidade dos números:
 O número de VMERs passou de 21 em 2003 para 42 em 2010.
 Iniciaram em 2010 actividade 3 novos helicópteros Suporte Avançado de Vida.
 O número de ambulância SIV passou de 0 em 2006 para 28 em 2010.
 O número de ambulâncias SBV passou de 19 em 2003 para 61 em 2010.
 O número de postos PEM passou de 127 em 2003 para 226 em 2010.
 O número de postos de reserva passou de 91 em 2003 para 172 em 2010.
Mas também no que se refere aos recursos humanos afectos à actividade do INEM, podemos registar um grande o progresso, tendo o número de efectivo subido de 645 em 2004 para mais de 1380 em 2010.
Na fase actual, é prioritário reforçar a organização interna do Sistema Integrado de Emergência Médica.
Após um período de intenso crescimento, e sem prejuízo de poder existir ainda algum alargamento futuro dos meios no terreno, o essencial da atenção deve ser concentrado nesse esforço de consolidação, formação e diferenciação profissional.
O objectivo da profissionalização é o principal desafio que se coloca nos próximos tempos, sendo certo que este é um caminho que não pode ser apenas seguido pelo INEM.
O investimento na formação e diferenciação dos profissionais e operacionais tem que ser partilhado pelos restantes parceiros da rede do SIEM, procurando esbater eventuais desajustamentos.
Este será o elemento chave que permitirá aproveitar de forma cabal e concertada o conjunto dos meios instalados.
E esse aproveitamento de sinergias, a partilha de experiências, é essencial para continuar a melhorar o serviço prestado aos cidadãos, permitindo salvar vidas e obter ganhos em saúde.
É também muito importante, neste contexto, assegurar uma boa relação custo-benefício das opções tomadas, elemento essencial para garantir a sustentabilidade do sistema.
É sabido que eu tento ser especialmente sensível à questão da sustentabilidade e na actual conjuntura é bom que todos estejamos conscientes da imperiosa necessidade de ganhar eficiência, justificar as despesas, definir prioridades para os recursos finitos.
Também sei que a sustentabilidade não se joga apenas nas questões financeiras, mas também a nível dos recursos humanos.
E os recursos humanos, na emergência pré-hospitalar como em todo o sistema de saúde, são o elemento fulcral do funcionamento do INEM e do SIEM.
Um terceiro pilar da sustentabilidade é a qualidade. Neste sentido, é da maior importância e simbolismo a atribuição do certificado de que aqui fomos testemunhas.
Os portugueses podem confiar no sistema pré-hospitalar que está hoje ao seu serviço, mas este é e será sempre um trabalho inacabado.
Novos meios implicam sempre novos desafios.
Oportunidades de reflexão e debate, como a que hoje se inicia, são muito importantes. E é com maior satisfação que vejo a extensão e profundidade dos temas que se propõem analisar.
Nesta sessão de abertura resta-me apenas desejar que os trabalhos a desenvolver sejam profícuos e que suas as conclusões vão encontro de um objectivo comum: a valorização do sistema de emergência pré-hospitalar merecedor da confiança dos portugueses.

Vias verdes para o enfarte do miocárdio e AVC salvam vidas

A Ministra da Saúde, Ana Jorge, preside, dia 29 de Setembro, à sessão de abertura do Congresso Nacional de Emergência Médica promovido pelo INEM, seguida da apresentação dos indicadores de actividade das Vias verdes Coronária e do Acidente Vascular Cerebral.
(…)
As Vias Verdes são estratégias organizativas que visam promover o atendimento de situações críticas, o mais atempadamente possível, no local mais adequado, com recursos e tecnologia especializada para o melhor tratamento: Unidades hospitalares de Intervenção Coronária-Angioplastia para o enfarte do miocárdio e Unidades hospitalares de AVC. As Vias Verdes desempenham, assim, um papel fundamental na articulação entre a assistência pré-hospitalar (INEM) e as diferentes entidades prestadoras de cuidados de Saúde (Hospitais).
(…)
(Link para noticia completa)

O número de doentes com acidente vascular cerebral tratados em unidades especializadas “aumentou de forma significativa” na sequência da implantação da Via Verde AVC, afirmou o coordenador nacional das doenças cardiovasculares.
De acordo com Rui Cruz Ferreira, a conclusão faz parte de um relatório da actividade hospitalar relativa à Via Verde Coronária e à Via Verde AVC a apresentar hoje durante o Congresso Nacional de Emergência Médica promovido pelo INEM até 1 de Outubro, no Centro de Congressos de Lisboa.
Segundo disse o responsável, “nos últimos anos, a taxa de mortalidade por enfarte agudo do miocárdio reduziu-se de 12 para cerca de 10 por cento, o que traduz um maior número de doentes submetidos a terapêuticas específicas e em tempo adequado”.
Quanto maior for o número de doentes encaminhados para os sítios certos e com tempos de evolução reduzidos, “maior será a redução da mortalidade por enfarte do miocárdio”, sublinhou também o coordenador nacional.
“No caso do acidente vascular cerebral, além da redução da mortalidade - que ainda não é tão evidente - podemos falar de uma diminuição das sequelas funcionais do próprio AVC, que é um objectivo importante, embora mais difícil de quantificar porque não é um número com uma evolução claramente identificável”, acrescentou.
Rui Cruz Ferreira afirmou ainda que, “havendo diferenças regionais que têm de ser melhoradas”, o relatório constitui “uma base de trabalho” que permite planear as acções futuras mais detalhadamente.
Segundo o relatório, os indicadores da área cardiovascular dos hospitais nacionais relativos a 2009 mostram o aumento do número de doentes admitidos em Unidade Coronária (10 644 em 2007, 16 020 em 2008 e 17 172 em 2009), bem como dos doentes admitidos nestas unidades pela Via Verde (453 em 2007, para 717 em 2008 e 884 em 2009).
Quanto à admissão de doentes nas Unidades de AVC, evoluiu de 3410 em 2007 para 7826 em 2009, sendo que 1693 entraram no sistema através da Via Verde.
As Vias Verdes foram implementadas em 2007 com o objectivo de promover, no caso de situações clínicas particulares e graves, um atendimento tão rápido quanto possível e num local que tenha os recursos mais adequados: Unidades de Intervenção Coronária - Angioplastia para o enfarte do miocárdio e Unidades de AVC.

(Link para noticia completa)

Alentejo é a região onde a Via Verde AVC funciona pior
Coordenação Nacional das Doenças Cardiovasculares apresenta hoje dados nacionais. No total, 22% dos doentes assistidos nas unidades especializadas recorreram ao INEM.
Apenas 7% dos doentes que sofreram um acidente vascular cerebral (AVC) deram entrada no hospital do Alentejo através da Via Verde AVC. Esta é a região do País com pior resposta no encaminhamento dos doentes para as unidades especializadas.
De acordo com os dados da Coordenação Nacional das Doenças Cardiovasculares, que hoje são apresentados pela ministra da Saúde, em 2009 as unidades de tratamento de AVC assistiram 7826 doentes, 22% dos quais chegaram através do INEM. Mais 500 doentes do que no ano anterior.
Em 2008, 12% dos casos de AVC no Alentejo deram entrada através da Via Verde, mas no ano passado a percentagem caiu quase para metade. "Pode tratar-se de casos de admissão tardia ou de doentes que não recorreram ao INEM. Não é possível perceber concretamente o que está em causa. As unidades de tratamento são as mesmas, e a capacidade de resposta até aumentou. São dados que temos de analisar com maior cuidado", explicou ao DN Rui Cruz Ferreira, coordenador Nacional Doenças Cardiovasculares.
A situação é tanto mais preocupante quando se sabe que é nesta região do País que há maior número de casos de AVC por milhão de habitantes. E que uma resposta rápida é determinante para evitar que os doentes tenham sequelas mais graves.
Os dados que são apresentados hoje mostram uma melhoria da rede iniciada há três anos. "Houve uma evolução muito grande no número de internamentos nas unidades de AVC criadas a partir de 2007. Mais de 50% foram assistidos em unidades especializadas", salientou o responsável, admitindo que "há espaço para melhorias".
Nomeadamente, em relação à percentagem de doentes que chega encaminhada pelo INEM: 22%, que se traduz num acréscimo de cerca de 500 doentes entre 2008 e 2009, a nível nacional. "É uma grande evolução em relação ao que existia. Não é possível chegar aos cem, mas há margem de melhoria de ano para ano."
A região do Norte é a que apresenta melhores resultados. Dos doentes que deram entrada nas unidades de tratamento AVC, 34% chegaram ao hospital através da Via Verde. Resultados que Rui Ferreira quer transpor para as restantes regiões do País.
"É um trabalho que está a ser feito junto dos profissionais de saúde, de forma a perceber que pode ser melhorado a nível da resposta dentro e entre os hospitais, de forma a que os casos que chegam às urgências sejam encaminhados o mais rápido para as unidades especificas."
Independentemente da forma como deram entrada no hospital, em 2009 as unidades de tratamento de AVC assistiram 7826 doentes. Em 2007 tinham tratado 3410. "Estas unidades melhoram o acesso dos doentes à fibrinólise, um tratamento que tem uma janela de três horas para ser dado e que pode, em alguns casos, reverter completamente o quadro doente", explicou Rui Ferreira, salientando a importância do doente "agir rapidamente perante os primeiros sintomas e chamar o 112"
As campanhas de informação ao público mantêm-se, assim como para os profissionais de saúde.

(Link para noticia completa)

Cada vez é mais importante a população ter a noção que ligar 112 perante os primeiros sintomas pode salvar uma vida, ou resultar numa melhoria substancial da qualidade de vida do doente.

É por isso importante a nossa formação e profissionalismo. De facto os números não mentem, e desde que foi implantada a VIA VERDE AVC, o número de doentes transportados pelo INEM referenciados para a VVAVC tem vindo a subir.

Tempo é cérebro!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

INEM tem ambulâncias a sair menos de uma vez por dia

O INEM tem ambulâncias em várias zonas do Norte e do Centro que saem em missão de socorro menos de uma vez por dia. Há casos em que são accionadas duas vezes por semana. Os bombeiros das mesmas localidades fazem dezenas de serviços para o INEM.
De acordo com um relatório interno do INEM a que o JN teve acesso, a ambulância de Suporte Básico de Vida (SBV) do INEM de Celorico de Basto, sedeada no Centro de Saúde, saiu no primeiro semestre de 2009, 52 vezes, o que dá uma média de uma saída em cada três dias.
Em contrapartida, no mesmo período, o INEM pagou aos Bombeiros de Celorico de Basto 175 saídas da ambulância da corporação (Posto de Reserva). Manter uma SBV custa por mês, aproximadamente, 20 mil euros ao INEM.
Em Vieira do Minho, a ambulância do INEM, que está no Centro de Saúde, saiu 143 vezes nos primeiros seis meses de 2009 (menos de uma saída por dia). Porém, os bombeiros locais saíram com a ambulância do INEM que está no quartel ( PEM) 264 vezes.
Em Figueiró dos Vinhos, na zona Centro, a ambulância do INEM saiu 34 vezes em seis meses, enquanto os bombeiros saíram 235 vezes em ambulância própria, com quilómetro pago pelo INEM. Em Mortágua, a SBV saiu 60 vezes em 180 dias. No mesmo período, o INEM pagou 372 saídas de ambulância (Posto de Reserva) aos bombeiros.
A situação repete-se no Sabugal, em Vouzela, em Figueira de Castelo Rodrigo, em Santa Comba Dão, Oleiros e Fratel, onde o INEM tem ambulâncias com pouca actividade.
Confrontado com os números, Ricardo Rocha, presidente do Sindicato dos Técnicos de Ambulância de Emergência (STAE), conclui que as populações do interior preferem ligar para os bombeiros em vez de ligar para o 112. “Sabem que os bombeiros não fazem tantas perguntas e que até transportam ao Centro de Saúde, enquanto que a ambulância do INEM só pode levar ao hospital”, analisa.
Resultado: “as ambulâncias do INEM sedeadas nessas localidades só saem em serviço quando os bombeiros estão ocupados”, conclui.
O STAE defende que as ambulâncias com pouca actividade deveriam ser relocalizadas para onde fazem realmente falta, até porque a experiência de um TAE depende do número de emergências pré-hospitalares.
“Se os bombeiros dessas zonas já fazem a maior parte dos serviços, dêem-lhes mais formação e confiem-lhes todos os serviços de emergência”, argumenta Ricardo Rocha, lembrando que a carreira dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar pela qual têm lutado, pressupõe mais formação também para as corporações.
O INEM tem outra visão dos números. Ao JN, o instituto referiu que “a avaliação do movimento assistencial dos meios pré-hospitalares não pode ser efectuada com base em critérios apenas quantitativos como o número de saídas por tipo de meio”.
É necessário, diz o INEM, “considerar outros factores, designadamente, os da acessibilidade e articulação dos meios com os serviços de urgência hospitalares disponíveis em cada região”.
Os meios no terreno, estão em constante avaliação e, em consequência disso, foi recentemente deslocalizada a ambulância de Silves, no Algarve. A ambulância do INEM em Baião foi cedida no ano passado aos bombeiros locais.
Tal como já tinha sido colocado no post de 14 de Setembro e agora vem noticiado no JN.

Sindicato pede ao Governo demissão da directora de recursos humanos

O Sindicato dos Técnicos de Ambulância de Emergência (STAE) pediu ao secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Manuel Pizarro, a demissão da directora de Recursos Humanos do INEM.
Em causa estão desentendimentos sobre a devolução de um subsídio de turno pago indevidamente pelo INEM nas férias de 2009.
O sindicato entende que os técnicos não têm de devolver a quantia, uma vez que o INEM deve horas extra aos TAE. O STAE acrescenta que ficou acordado numa reunião, em Julho, com Pizarro, que seria feito um acerto de contas com cada técnico, até ao fim de Novembro.
Não obstante, em Agosto, os TAE receberam nova carta da directora de Recursos Humanos a pedir a devolução do subsídio de turno. O STAE vai reiterar o pedido de demissão, acusando-a de desobedecer a uma ordem directa do secretário de Estado.
(IN JN On-line)

Ver também o post de 27 de Julho, 12 de Agosto e 31 de Agosto.

Adeus Sr. Dra Anabela Verissímo...

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

II Congresso Nacional de Emergência Médica

Vai ter início no dia 29 do corrente mês o II CNEM.

Como temas de interesse estão apontados o erro Médico e o risco profissional, a emergência em Pediatria / Neonatologia, a intervenção dos Helicópteros em Emergência, os aspectos Médico Legais em Emergência Médica, as novas tecnologias em Emergência Médica, etc.

Mas aquelas que podem ter mais interesse serão a regulação e gestão de um Sistema Integrado de Emergência Médica e a Emergência Pré-Hospitalar e Urgência Hospitalar: Interface, Articulação e Interacção, e a qualidade na Formação.

Entre muitos debates, está um que me desperta mais curiosidade: “Quando a nossa salvação para comunicar é o rádio”.

Infelizmente não vou poder estar presente no Congresso, mas gostava de no decorrer deste e posteriormente, receber feedback por parte dos colegas que vão ao II Congresso.

O programa é interessante e quem puder deve ir e aproveitar esta troca de ideias e experiencias.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

INEM recusa relatório contas 2009 ao Parlamento?!

Em 25 de Junho de 2010, o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda solicitou ao Governo, através do Ministério da Saúde, cópia do Relatório de Contas de 2009 do INEM.


Em resposta ao requerimento deste Grupo Parlamentar, o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e o Ministério da Saúde recusaram dar ao Parlamento o Relatório de Contas de 2009 do INEM, apesar de terem informado que o mesmo já foi entregue ao Tribunal de Contas, conjuntamente com a Conta de Gerência. O Bloco de Esquerda considera que esta recusa constitui um inaceitável entrave ao exercício, pelo Parlamento, das suas funções de fiscalização da administração pública. O facto de o Relatório de Contas ter sido entregue ao Tribunal de Contas não pode servir de pretexto para ele não ser divulgado à Assembleia da República.
Não há problema.
O INEM não entrega, mas posso desde já adiantar aos Srs Deputados do BE alguns pontos das contas INEM:

Montante de adjudicações em 2009:
20.981.013 €

Dos quais:
cerca de 19% - 3.947.753 € - são de recursos humanos (maioritariamente horas extra e de qualidade).

TEPH NÃO substituem enfermeiros

Técnicos substituem enfermeiros
Os enfermeiros que trabalham no Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) acusam a tutela de os substituir por uma nova carreira: técnicos de emergência pré-hospitalar.


Enfermeiros ouvidos pelo CM afirmam que os novos técnicos "não têm uma licenciatura, mas 1550 horas de formação, o que não confere capacidades de um médico ou enfermeiro".
A Ordem dos Enfermeiros manifestou desacordo e a Ordem dos Médicos rejeita que técnicos desempenhem competências "do foro clínico". Os sindicatos que representam os tripulantes de ambulância aplaudem a iniciativa. O INEM remete esclarecimentos para o Plano Estratégico dos Recursos Humanos da Emergência Pré--Hospitalar.
(IN Correio da Manhã)

Para não dizerem que sou tendencioso e que este blog é uma "fachada", queria mostrar a minha discordância em relação a esta notícia, pois NENHUM enfermeiro foi ou será substituído por TEPH.

Além do mais a Ordem dos Médicos deu parecer favorável á nova carreira TEPH.
Note-se que esta notícia não teve origem em TAE's.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Colocações á INEM

Em Julho foi aberto concurso para os enfermeiros INEM.
Concurso interno geral de ingresso com vista ao preenchimento de 53 postos de trabalho, da Carreira Especial de Enfermagem, do mapa de pessoal do Instituto Nacional de Emergência Médica, para a categoria de Enfermeiro, aberto pelo aviso n.º 13467/2010 publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 129, de 06 de Julho de 2010.

Hoje saiu a colocação a lista de candidatos admitidos e excluídos ao concurso.

http://dre.pt/pdf2sdip/2010/09/184000000/4777447775.pdf


Como estamos no INEM, o concurso era para 53 postos de trabalho, e foram admitidos 75.
Continuamos mal com contas.

domingo, 19 de setembro de 2010

Nova luta. Coordenação

Caros colegas
No seguimento da reunião realizada no dia 14 de Setembro de 2010, pelas 11 horas, entre o STAE e a
DRN, onde estiveram presentes o Exmo. Sr. Presidente do STAE, Ricardo Rocha, o Exmo. Sr. Tesoureiro
do STAE, Miguel Santos e o Exmo. Delegado Sindical do Norte, Pedro Moura e pela Delegação do INEM
Norte estiveram representados o Director da Delegação Regional do Norte, o Exmo. Sr. Dr. Luís Meira e o
Exmo. Sr. Enf. Rui Campos, apresentamos um breve resumo das questões colocadas e das respostas
obtidas.
• Foi solicitado pelo STAE ao DRN a colocação de TAE a executarem a tarefa de coordenação
directa sobre os TAE, retirando assim os enfermeiros dessa mesma tarefa. Não havendo
legalidade nessa mesma competência, não querendo sequer referir o critério moral da mesma,
pois os TAE têm sido alvo de ataques constantes por parte da carreira de enfermagem
relativamente à criação da carreira de TEPH e por isso o STAE mostrou o seu desagrado para
com essa coordenação viciada pelos objectivos da sua própria classe.
Resposta: Foi indicado pelo DRN que parece ser justa essa mesma reevindicação, até porque os TOTE
são coordenados por TOTE, e até já existem Delegações onde isso já acontece, no entanto vai solicitar
esclarecimentos ao CD do INEM para se perceber qual a orientação do mesmo sobre esta matéria.
• Existência de membros não TAE a efectuar turnos de ambulância, bem como elementos TAE a
efectuar turnos na logística.
Resposta: A justificação dada foi a falta de recursos humanos. Embora tenha sido indicado pelo Exmo. Dr.
Luís Meira, que esta situação é do conhecimento do CD do INEM e tem a sua aprovação. O STAE reiterou
a necessidade de clarificar essa situação, nomeadamente do horário entre turno de ambulância e logística,
não cumprindo com o descanso obrigatório, algo que os TAE estão obrigados.
O STAE também solicitou que esses elementos ao fazerem turnos na ambulância, os pólos identificativos
que usam não deveriam dizer TAE, o DRN achou que essa situação era justa e iria dar indicações nesse
sentido.
• O STAE reiterou novamente a atribuição de turnos extra de uma forma pouco justa.
Resposta: Foi explicado que está a ser feito um esforço acrescido para equilíbrio na atribuição de turnos
extra.
• Critérios na selecção de elementos para diversos eventos (VIP’s, Timor, etc.)
Resposta: Não foi dada uma resposta satisfatória a esta questão. Foi no entanto indicado haver uma
diminuição do número de eventos a realizar.
• Foram solicitadas informações sobre a escolha de formadores para os diversos cursos.
Resposta: Foi informado que iria haver uma tentativa de equidade na escolha, no entanto iria se dar
primazia a formadores que tivessem disponibilidade total para o curso, e não para apenas alguns dias.
Também será feita a escolha de formadores internos, desde que estes tivessem nas condições necessárias
para a execução da tarefa da formação.

Mais uma vez a DRN prima pela diferença.
Nos CODU já a coordenação é efectuada pelos seus próprios operacionais, assim como em outras delegações os TAE’s são coordenados pelos seus pares.
Como diz o STAE e bem, “os TAE têm sido alvo de ataques constantes por parte da carreira de enfermagem”.
É esta a altura para se iniciar a nossa carreira. Já com esta alteração de coordenação. Para breve? Ou estas respostas da DRN são mais uma vez para atirar areia para os olhos?
Resta a duvida de como vão ser “nomeados” os coordenadores, e por quem.

Obrigado

Quero agradecer a todos os colegas que tem manifestado o seu apoio e ajuda nestes 2 curtos meses que tem o blog, e que superaram todas as minhas expectativas.

Agradeço a todos, os emails que me enviaram, com mensagens de apoio, desabafos, troca de ideias e de experiências e com informações que se tem tornado muito úteis na elaboração deste blog e não só, enquanto veículo de informação, principalmente entre TAE’s.

Lamento não ter podido responder a todos como queria, mas fica a promessa que os desabafos não caíram em saco roto e que brevemente mais novidades serão aqui relatadas.

Embora prefira permanecer no anonimato (para já) não se esqueçam:


“Eu estou no meio de vós”.

Abraços.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Experiência

É um dos factores que caracterizam um TAE.
A experiência ganha no terreno, no contacto com as vítimas, com os hospitais, com as VMER, com o CODU, e esta experiência ganha-se, trabalhando. Tendo saídas.
Para quem trabalha nos grandes centros urbanos, é difícil perceber a realidade de quem tem 5 ou 6 saídas por mês.

Ainda existem ambulâncias que fazem num mês o que outras fazem num turno. E esta realidade é maior do que pensava.

Vejamos uma análise do 1º semestre de 2009

SIV Cabeceiras Basto 181 saídas em 6 meses, com média de 0,33 por turno
SIV Alijó (12h) 114 saídas em 6 meses, com média de 0,42 por turno
SBV Vouzela 68 saídas em 6 meses, com média de 0,25 por turno
SBV Mortágua 60 saídas em 6 meses, com média de 0,22 por turno
SBV S C Dão 42 saídas em 6 meses, com média de 0,15 por turno
SBV Figueiró Vinhos 34 saídas em 6 meses, com média de 0,13 por turno

Estes são alguns exemplos de meios com poucas saídas.
Existem pelo menos 34 ambulâncias com menos de 1 saída em média por turno.

Os profissionais que trabalham nestas ambulâncias continuam desanimados, sem força e sem apoio do próprio instituto.

A formação que se pede aqui, a acção que se exige é que estes profissionais, para bem do seu profissionalismo, possam ter a oportunidade de efectuar turnos em ambulância cujo volume de saídas lhes possa proporcionar alguma experiência.

Porque razão o INEM, sabendo da importância de manter os seus profissionais bem treinados, formados e “em forma”, ainda não tornou possível, ou proporcionou a estes profissionais uma oportunidade de rotação pelas bases que efectuam mais serviço?

Um TAE que esteja por exemplo, em S. C. Dão, faz em média e por ano (a correr bem) umas 10 a 12 saídas, tantas quanto uma SBV Porto 1 em 16h.

Já era tempo destes profissionais, poderem, quererem (que até sei que querem) sair da realidade onde estão inseridos, e fazerem alguns turnos noutras bases.

Mas aqui existe outro problema.
Justifica manter abertas bases com este volume de saídas?
Justifica!

Primeiro porque se num ano, se salvar uma vida, então já valeu a pena.
Depois, porque o mal de ter poucas saídas não reside somente na localização dos meios.
A população ainda continua a ligar para os Bombeiros da zona, em detrimento do 112.

BV Vouzela 429 saídas, contra as 68 de SBV Vouzela.
BV S. C. Dão 578 saídas, contra as 42 de SBV S. C. Dão.
BV Mortágua 372 saídas, contra as 60 de Mortágua.

Os serviços CODU efectuados pelos bombeiros nestas 4 corporações juntas é de 1379, e as nossas SBV juntas efectuaram 170 saídas. (todos estes números são relativos ao 1º semestre de 2009).

As realidades mantêm-se inalteradas desde inicio de 2009 até hoje.
Não se pode continuar a dar saídas a corpos de Bombeiros em detrimento das nossas ambulâncias com profissionais INEM.

Não se pode continuar a compactuar com atribuição de fichas CODU, que representam muitos milhares de Euros, quando podemos poupar dinheiro, e actuar com melhores recursos humanos e materiais.
Estas realidades têm que mudar. Os nossos profissionais que trabalham nestas bases tem que levantar a cabeça, unir-se e olhar em frente. Melhores dias virão. Até lá, e se assim o entenderem, terei todo o gosto em os receber nas minhas bases para lá fazerem alguns turnos, e sei que falo por todos os TAE.

Não é por terem menos saídas que sabem menos que outras bases que tem um volume maior de saídas.

Não é por isso que são menos profissionais que os demais TAE’s.

Mas é por isso que tem que se dar mais atenção a estas realidades e a estes meios espalhados pelo país.

sábado, 11 de setembro de 2010

Crise? qual crise?

Numa altura em que se continua a falar sobre crise, de cortes de orçamentos e de pedidos de contenção não posso deixar de manifestar a minha indignação face a algumas despesas efectuadas a nível de dinheiros públicos, neste caso em específico do INEM.

É do conhecimento geral que o Instituto continua a dever horas (centenas) aos seus TAE’s e TOTES, relativamente a horas extra e compensatórias.

Estas mesmas horas não foram ainda pagas, ou acertadas provavelmente por indisponibilidade financeira, o que acabo por compreender e até aceitar, agora não posso deixar de ficar profundamente indignado quando vejo que se gastaram 10.000 euros num jantar de gala com uma fadista.

É de uma profunda má gestão, abuso e contra censo estar a utilizar 10.000 euros de um instituto que já vive com dificuldades para pagar a fornecedores e trabalhadores, e depois faz-se uma despesa desta natureza, para um JANTAR DE GALA…

Para quem?

Pergunto-me de quem terá sido a brilhante ideia de utilizar estes dinheiros PÚBLICOS, que são de todos nós, desta forma, e pior, quem terá autorizado.

Mas esta não é a única despesa que levanta duvidas. Entre outras estão viagens á Tunísia, Bruxelas etc. Mas destas ainda poderemos dar (ou não) o benefício da dúvida.

Por exemplo em 22 de Dezembro foi efectuada uma viagem e estadia a Bruxelas, certamente para tratar de assuntos relacionados com o INEM.

Má gestão a todos os níveis. Simplesmente vergonhoso!

Ambulâncias em mau estado, falta de material nas bases, horas em atraso, são menos importantes que um jantar de gala com uma fadista, a custar DEZ MIL EUROS!!!!!

Mal vai a saúde do INEM.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Novos fardamentos

Caros associados
É com muita alegria que verificamos que mais uma das nossas bandeiras de luta chegou a bom porto.
O Fardamento.
Desde o ano de 2008 que o STAE insiste com o Concelho Directivo do INEM para a alteração do nosso fardamento.
Alteração essa quer a nível de imagem, pois a quantidade de fardas que existiam eram de uma forma o reflexo da confusão do Instituto.
Quer ao nível da qualidade, e essa sim, a mais importante.
Avançamos com uma proposta de fardamento no ano passado, após reunião com o CD do INEM, que nos lançou o desafio de apresentar uma proposta alternativa à que existia.
E foi exactamento o que o STAE fez. Reuniu com a principal empresa em Portugal de fardamento profissional "MILICIA" e solicitou uma proposta de fardamento baseado em material de altíssima qualidade.
A empresa em questão é somente a fornecedora de todo o fardamento da GNR - GIPS, Guarda Prisional, Policia Marítima,PSP, INEM TIMOR, Exército, etc...
Após termos reunido com a MILICIA e com o Presidente da 5.11, empresa que fornece todo o material das entidades anteriormente referidas, reunião essa que teve como finalidade a transmissão da opinião do STAE sobre as necessidades para um fardamento de excelência do TAE. Deste modo, na feira da SEGUREX 2009 decorrida em Lisboa, foi apresentada a versão provisória do mesmo.
O INEM decidiu então avançar com a proposta do STAE, de equipar os seus elementos com fardamento digno para a missão que executam.
Embora com algumas alterações iniciais à nossa proposta, este mês começou a ser distribuído aos novos TAEs o fardamento da 5.11.
É uma evolução, sem qualquer dúvida, grandiosa, na qualidade de material e de segurança, dando como exemplo as joelheiras incorporadas nas calças, e costuras triplas e quadrúplas, tal como a garantia de troca imediata pelo fornecedor em caso de defeito.
O caminho tem sido difícil, cheio de obstáculos, mas com calma e perseverança temos conseguido levar o nosso barco a bom porto.
Em breve o STAE anunciará o protocolo com a MILICIA para aquisição de material em condições vantajosas para os associados.
A voz de cada um para o futuro de todos.
Abraço forte
A Direcção
Os novos fardamentos além do melhor tecido, trazem novidades, tais como suporte para canetas no polo, e calças iguais ás dos Paramédicos dos EUA. Fardas de qualidade.
As seguintes imagens foram cedidas por um colega.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

A realidade actual

A grande maioria das ambulâncias ao serviço do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) opera com técnicos sem formação para o socorro. Mais de metade das tripulações apenas está credenciada para transporte de doentes e não dispõe de conhecimentos para aplicar técnicas de socorro e de emergência, que permitem salvar vidas. A associação e sindicato dos técnicos falam em "compadrio e ilegalidade".
Mais de metade dos serviços de emergência do INEM são feitos com técnicos de transporte e não de socorro, como determina a lei. De acordo com os mapas destes serviços, a que o DN teve acesso, apenas nos distritos de Beja e Coimbra a maioria dos serviços é feita por técnicos de socorro (TAS) formados para controlar hemorragias, efectuar manobras de reanimação cardio-respiratória, realizar partos e imobilizar traumatizados, como determina a lei para as guarnições das ambulâncias de socorro e que operam na emergência.
No resto do País, são os técnicos de ambulância de transporte (TAT), "que apenas podem conduzir a ambulância, quem faz estes serviços", alerta o presidente da Associação de Técnicos de Emergência. Nelson Baptista assegura que "é o próprio INEM que incentiva esta ilegalidade, porque sempre pagou os serviços diferenciando quando são feitos por TAS ou por TAT, que recebem menos 40%".
Nelson Baptista lembra que "foram formados quatro mil TAS mas apenas dois mil estão ao serviço. É preferível pagar menos, com ilegalidades, do que pagar a quem tem formação completa e específica para prestar socorro". No final, "são os sinistrados quem mais sofrem ao não terem os cuidados de emergência que julgam que estão a ter".
O presidente do Sindicato Nacional dos Técnicos de Emergência alerta para uma situação de "compadrio" em que "ao INEM não interessa fiscalizar a formação das tripulações". Ricardo Rocha explica que "o INEM precisa das tripulações da Cruz Vermelha e dos bombeiros e não as pode fiscalizar, porque isso implicava abdicar de grande parte das tripulações".
O sindicalista avisa que "ao efectuar serviços de emergência com TAT não se garante às populações socorro com técnicos credenciados". A esperança reside na nova carreira de técnico de emergência médica que "estará regulamentada no final do ano, para que o socorro de emergência seja feito por quem tem conhecimentos e competências para tal".
O DN pediu esclarecimentos ao INEM, que não foram prestados até ao fecho da edição.
Noticia hoje publicada no DN.